Este vídeo, sem som, reforça a relação tempo/espaço, funcionando como uma forma de mapeamento cartográfico de um território – A Casa – do qual faz parte não apenas o seu espaço interior, contentor de inúmeros elementos mnemónicos, mas também o seu exterior, sendo esta relação um ponto de conflito omnipresente ao longo da peça. Regista os últimos momentos de contato com o espaço, revelando uma consciência entrópica, um ambiente onde é patente um oximoro entre os sinais remanescentes da prova de vida predominantemente femininos, e o fim abrupto dessa vivência.
Tem como elemento nuclear uma casa de família, registada durante alguns meses através de fotografia e vídeo, tendo esta como particularidade o fato de se encontrar desabitada nos últimos anos, encontrando-se numa paradoxal suspensão, balançando entre uma presença de vida e a lenta e constante decomposição imposta pelo tempo. Em conjunto com os registos, foi efetuada também a recolha dos objetos fotográficos presentes, assim como de outros utensílios utilizados no dia-a-dia desta família.
Este projeto, A Casa, consiste num trabalho de espectro alargado iniciado em 2012, e que com exceção deste vídeo, concluído no decorrer de 2014, continua em processo de desenvolvimento.